0 O Amante Aproveitador

por Israel.França
Mirian é que era a mulher de verdade. Não a Amélia, a vizinha, que todos davam valor. Sérgio já a havia testado meses atrás. Pagara para um tal de Carlos, sedutor, olhos azuis, músculos, tríceps, trapézio e... Atitude esta que custou 1000 reais para os seus bolsos. Coitado, Sérgio era professor e juntou um dinheiro para testar a fidelidade da mulher. Ela passou no teste e Sérgio prometeu amá-la para sempre. A história poderia acabar aqui, mas Sérgio paga as parcelas até hoje. 5x de 200.Mirian era uma mulher muito linda, desejada por todos os homens da vizinhança, inclusive pelo Borges, o qual dizia ter bastante respeito por ela. Mas ele a desejava, sempre foi assim, desde o dia em que o casal foi morar naquela rua. Nunca esqueceu o dia em que se encontraram pela primeira vez no supermercado. Ela já estava morando na vizinhança com o marido, motivo para jogar uma conversa fora. Não conversaram muito. Naquele dia Mirian comprou algumas batatas. Deixou cair as batatas, o que fez o pobre Borges se disponibilizar a ajudá-la. Agachou-se como um perfeito cavaleiro e, aproveitando um deslize da moça, não podia perder a oportunidade de olhar a para a sua calcinha vermelhinha, lindinha, e com florzinha esverdeada, sob a sua saia curtíssima. Borges nunca foi homem de perder oportunidades. Depois saiu correndo dizendo que tinha um compromisso sério. Borges precisava chegar em casa o mais rápido possível; ele ainda tinha em sua mente a imagem bem refrescada daquela calcinha vermelha com detalhes esverdeado. Sérgio pagou adiantado para o tal Carlos a primeira parcela para executar o serviço. Seria no turno da tarde. Sérgio trabalhava até as seis. Se realmente ela fosse infiel ele queria encontrá-la ainda na cama com o Carlos. Este tinha o prazer em descobrir infiéis. Podia ser mulheres ou até mesmo homens. Ele trabalha sem preconceito, era bem pago para isso e nunca recusava uma proposta. Carlos se disfarçou de carteiro e fingiu entregar cartas. Mirian fez questão de convidá-lo para entrar. Carlos jogou os seus queixos sobre a mulher e ela caiu. Ele não foi o primeiro. A paixão foi tanta que ele contou tudo a ela, que o marido pagou tudo, que desconfiava dela. Mas não quis ficar até que o coitado do Sérgio chegasse. Eles brigariam, obviamente. Ele a expulsaria de casa. Moça do interior, sem trabalho, cairia fácil nas mãos da família e ainda seria tida como mal falada. Carlos não queria perder aquela linda mulher e suas lapas de cochas bronzeadas. Seu traseiro magnânimo. Mirian ficou decepcionada com o marido. Não havia mais confiança no casamento. Ora, também não havia fidelidade. Pobre do Sérgio, homem sério, trabalhava o dia inteiro para sustentar uma vagabunda. Seu erro não foi desconfiar, foi amar a pessoa errada. Ela contou suas aflições depois da transa ao Carlos, que o Sérgio era um bom professor de história apesar de não ser muito bom de cama. Já tinha dado para todos na vizinhança menos para o Borges; ela o considerava um pervertido. Difícil dizer quem é mais coitado: o Borges ou o Sergio. Carlos prometeu visitá-la para amenizar sua tristeza. Uma mulher daquelas precisava de muito sexo até que as lágrimas secassem. E quando secassem ela poderia chorar mais de prazer e tudo começaria novamente. Carlos prometeu amá-la e nunca esquecê-la e ainda por cima receberia mais 800 reais por isso durante os 4 meses seguidos.


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